último gesto

em seu velório me dei conta de que a morte reuniu todos aqueles que ela amava.

coleção de pequenas coisas enormes

tu coleciona pequenos rasgos de beleza os morde da vida como um vampiro sem  dente não os machuca e os coloca no bolso “é se deslumbrando que se move, que se acorda”, diz segue com passos leves, morde: o nascimento da cria dos seus coelhos, o choro na peça “o auto” do irmão, a festa no carnaval no meio dos destroços da perimetral,  o filme do jonas mekas, o beijo de despedida no cara certo antes de encontrar o cara errado, o sonho com a casa de teresópolis e mais sessenta e oito rasgos “é se deslumbrando que se move, que se acorda.” hoje começo a minha coleção, mordo tu.